Farol de Mosqueiro

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domingo, 7 de dezembro de 2014

Realização de eventos fora da alta estação.

Pesquisa realizada em 2011 pela Fundação Getúlio Vargas, a pedido da Embratur (Empresa Brasileira de Turismo), revela que o gasto médio do turista estrangeiro de eventos no Brasil é de US$ 314,70, ou seja, quase o dobro do gasto médio dos turistas de negócios (US$ 165,14) e quatro vezes mais daqueles que vem ao país por motivo de lazer (US$ 73,53). Este estudo ainda aponta onde esses gastos são dispendidos: hospedagem (45,04%), alimentos e bebidas (13%), compras e presentes (11,95%), transporte (7,62%) e cultura/lazer (7,48%). Essa pesquisa mostra de forma contundente a importância do turismo de eventos para a economia brasileira e para aqueles destinos com capacidade de atrair eventos.
No início do desenvolvimento turístico de uma cidade ou região, a estratégia de maior resultado é o da organização de eventos. Esses eventos programados para tratar dos mais variados assuntos podem ajudar e muito para o equilíbrio do mercado turístico. O mercado turístico pode sofrer variações que determinam seu desequilíbrio. Uma cidade que possua vários atrativos, e uma boa estrutura de serviços, passa o ano inteiro lotada. Por outro lado, se ela depende de praias como seu único atrativo, ficará cheia no verão, ocorrendo em outras estações à chamada baixa temporada.
De uma maneira geral podemos mais sentir a importância do turismo de eventos no momento em que o turismo tradicional do destino tem seus períodos de alta e baixa estação. Esses reflexos são percebidos especialmente em cidades e regiões que são eminentemente turísticas, a necessidade de fomentar eventos nas diferentes estações do ano para que em havendo um equilíbrio maior no que se refere à demanda também possa manter a economia mais estável nessas regiões.

As preferências dos promotores de eventos também são facilitadoras desta tendência uma vez que para eles realizar um evento em épocas de baixa temporada é a garantia de que contará com várias opções de locais para sediá-lo e também pela facilidade maior de reunir um grande numero de participantes na falta de outras atividades como viagens de férias que impedem muitas vezes um comparecimento que seria importante nestas ocasiões.

Embora o turista de eventos tenha motivação em seus interesses profissionais, ele mescla atividades de lazer nestas ocasiões e ao se interessar pelo que é oferecido na região, em geral retorna acompanhado pela família e/ou amigos.

Esse tipo de turismo não é apenas gerador de receita uma vez que também contribui para melhorar a imagem da cidade que sedia o evento com a divulgação do local, a infraestrutura acaba sendo melhorada como consequência da vinda desses eventos para as cidades, além do ganho no aspecto social com a manutenção de maior nível de emprego. Portanto, muitos são os benefícios proporcionados pelo turismo de eventos ao local onde ele acontece: equilibra a sazonalidade; gera maior rentabilidade, devido ao alto gasto médio do turista de eventos; potencializa o destino a receber visitantes que talvez nunca viessem se não fosse pelo evento; e gera mídia espontânea do destino.

No período de alta estação, Mosqueiro é invadido por um número, cada vez maior, de pessoas e empresas na busca do mercado gerado pelos seus visitantes. O resultado é uma soma razoável de investimentos que, em grande parte não é absorvido pelo comércio permanente, deixando de gerar emprego e renda para os moradores da Ilha. Considerando a sobrecarga a que são submetidos os ambientes naturais, os impactos ambientais não são compensados pelas medidas preventivas, acarretando grandes prejuízos.

No período da baixa estação, o comércio local amarga pequena demanda que o obriga a demitir, gerando desemprego e, consequentemente, a redução no poder aquisitivo dos moradores da Ilha. As empresas que patrocinam e promovem eventos não mostram interesse neste período. O poder público, diante do alto custo de alguns sistemas, costuma desaparelhar suas estruturas comprometendo os serviços, principalmente aqueles ligados ao saneamento como a coleta de lixo, limpeza de logradouros, dentre outros. Neste caso, o resultado é um quadro social e econômico profundamente desfavorável.

Assim sendo, em Mosqueiro, a sazonalidade, típica da atividade turística e em especial do veraneio tem sido uma das grandes dificuldades a serem enfrentadas pelo poder público, comerciantes e, principalmente, pelos moradores que tem de enfrentar a instabilidade da economia local. A proposta de Realização de Eventos no período de Baixa Estação se apresenta estratégica por ser instrumento eficaz para enfrentar essa realidade adversa.




De qualquer forma precisamos refletir sobre os eventos a serem apoiados. Vale tudo? Claro que não, esses eventos devem ter as seguintes características: identidade com a cultura local; compromisso com a sustentabilidade ambiental, social e econômica de Mosqueiro; e, compromisso com a geração de renda para a população residente.


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