Farol de Mosqueiro

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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Um natal em Mosqueiro...


(Ilustração de D'Arccy Albuquerque)

Em rodas de amigos onde se reúnem pessoas que tiveram oportunidade de passar férias em Mosqueiro, não é raro que o assunto se encaminhe para que alguém conte alguma história divertida vivida por ele ou por algum conhecido seu. Quando o assunto é travessura, não podemos esquecer de dois irmãos, os gêmeos  Alexandre e Joseph Farah. Filhos de Raymundo e Maria de Lourdes Farah, os farahzinhos , como eram conhecidos por todos que freqüentavam a ilha nos anos 50 e 60, eram dois que pareciam um, mas valiam por dez, segundo Leonam Cruz, amigo da família.

A história aqui relatada foi registrada no primeiro livro publicado pelos irmãos Farahs e se passa na véspera de Natal, no bairro do Farol. Naquela época, era comum algumas famílias abastadas de Belém, proprietárias de belas residências, passarem as férias escolares de final de ano em Mosqueiro. Isto incluía o Natal.

As festas natalinas promovidas por estas famílias eram tão animadas que se transformavam em atrações na ilha. Depois dos festejos, as crianças se recolhiam aos seus quartos. Elas ficavam ansiosas pela chegada do Papai Noel, que traria os presentes delas atendendo aos pedidos feitos em cartas enviadas com a devida antecedência. Entre as crianças estavam os irmãos Farahs. Fingindo que iam dormir sossegados, ficavam à espreita observando, por entre as frestas da porta, a chegada do Bom Velhinho. O que não demorava para acontecer.

Certo dia, Yêda, irmã dos farahzinhos, os procurou para fazer uma confissão: “Eu descobri que aquela história de Papai Noel é uma fraude, uma grande mentira, e tenho como provar”. Depois do desabafo ela levou os dois à, casa do caseiro Manoel Cearense onde encontraram as roupas de Papai Noel e três sacos de cetim vermelho com os nomes das famílias de Raymundo Farah, Pedro de Castro Álvares e Marcos Athias.

Embora entristecidos com a descoberta, não perderam a viagem e resolveram aprontar mais uma... Trocaram as etiquetas com os nomes dos destinatários.

O que, no primeiro momento, foi uma decepção logo se transformou em uma grande diversão para os gêmeos travessos. A exemplo de anos anteriores, foram se recolher cedo para esperar o desenrolar dos fatos. Por meio das frestas das portas e janelas puderam, em meio a gargalhadas, observar três “Papais Noeis” atrapalhados. Eles corriam de uma casa para a outra, pulavam os muros com os sacos nas costas tentando desfazer o engano. A esta altura eles nem imaginavam como aquilo tinha acontecido, afinal haviam conferido tudo com antecedência.

Se você participou ou testemunhou alguma história divertida em Mosqueiro, escreva para o e-mail edujcbrandao@gmail.com, nossa intenção é selecionar e publicar no Blog Mosqueiro Pará Brasil. Considero muito importante trazer para o conhecimento de nossos leitores um pouco do significado que a Ilha tem para uma geração que trás consigo as lembranças agradáveis de uma época, em que as travessuras tinham a intenção de divertir e animar aqueles que delas participavam.


Um Feliz Natal para todos!!!

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