Farol de Mosqueiro

Farol de Mosqueiro
Farol de Mosqueiro

sábado, 11 de abril de 2015

Encantos e Encantamentos em uma Ilha do Rio Mar – Vocabulário e Informações



Anexo da publicação "Encantos e Encantamentos em um Ilha do Rio Mar", este texto tem por finalidade auxiliar o leitor oferecendo informações referentes a termos, localidades e personagens.

ACARÁ E VIGIA: Municípios do estado do Pará considerados redutos cabanos.


Acará: orla do município

Vigia: prédio histórico onde se refugiaram os "Legalistas"
quando os "Cabanos" tomaram o poder.

AGUAPÉS: Estendal de plantas aquáticas em superfícies de rios, lagos e pantanais, formando um trançado capaz de sustentar o peso de um homem deitado. Algumas espécies como o aguapé-cheiroso e o aguapé-do-amazonas produzem flores das quais são extraídos óleos essenciais usados na fabricação de perfumes.




AJURUZEIRO: Árvore frutífera muito encontrada nas praias da Ilha do Mosqueiro. Seu fruto, pequeno, arroxeado e com um travo que lembra o caju, é muito importante para alimentação de diversas espécies de aves.




ALMIRANTE ALEXANDRINO: Os novos barcos da empresa inglesa Port of Pará já permitiam o transporte da capital ao balneário quando o governo estadual edificou um armazém especial para atracação dessas embarcações (Galpão Mosqueiro e Soure) e tratou de construir uma ponte metálica na Ilha, o Trapiche — obra, essa, inaugurada em 6 de setembro de 1908. O primeiro navio a se destacar na linha foi o “Almirante Alexandrino” sob os cuidados do hábil comandante Ernesto e sua tripulação que logo se tornaram queridos pelas pessoas que utilizavam com frequência aquela embarcação.




ANIL: Um dos pigmentos naturais mais usados é o indigo (anil), substância que tinge de azul, extraída das folhas anileiras e de outras plantas da família das leguminosas-papilionáceas. Segundo Florestan Fernandes, foi a operação de um engenho de anil nas proximidades da baía do Sol a responsável pela primeira agressão ao meio ambiente na região, provocando um processo migratório dos índios que a habitavam.




AREIÃO, PRAIA DO: Ou Areão. No local havia um grande areal que com o passar do tempo foi dando lugar a uma colônia de pescadores. Moradores antigos dizem ter visto nela a Cobra Grande (Boiúna) e a ela atribuem o movimento das areias.




BAÍA DO GUAJARÁ: Conhecida pelos índios pelo nome de Separará, foi dividida mais tarde em duas partes: a primeira que vai de Belém até a ponta do Pinheiro (Icoaraci) com o nome de baía do Guajará; e a segunda, da ponta do Pinheiro até Mosqueiro, com o nome de Santo Antônio. Guajará é descrita como sendo uma árvore encontrada em abundância na região de várzea. No outro lado da Ilha do Mosqueiro, separando da Ilha de Colares, encontramos a baía do Sol.




BAÍA DO SOL, PRAIA DA: Banhada pela baía de mesmo nome, foi habitada por índios que cultuavam o “Deus Sol”. No dia 22 de junho os raios solares costumam formar um ângulo de 90º com a superfície; este fenômeno é denominado equinócio.




BENEVIDES E SANTA BÁRBARA: Municípios da Região Metropolitana de Belém sobre os quais atravessa a estrada que liga a Ilha do Mosqueiro ao continente.




BISPO, PRAIA DO: Segundo moradores da Ilha, este nome deve-se ao fato do vulto de um bispo sem cabeça vagar pela praia em noites de lua. O Arcebispado construiu uma casa de retiros que depois passou para a Congregação Marista.




BOITATÁ: Gênio protetor dos campos contra os que incendeiam as florestas. Também conhecido como batatão ou cobra-de-fogo.




BOIÚNA: Mboi, cobra, una, preta. Cobra escura, Mãe-d’água, seu destaque entre os mitos da Amazônia deve-se ao fato de transformar-se nas mais variadas figuras: navios, vapores, canoas... Ela engole as pessoas. Tal é o rebojo provocado, quando atravessa o rio, e o ruído produzido, que tanto recorda o efeito da hélice de um vapor. Os olhos grandes assemelham-se a dois archotes, a desnortear até o navegante. Ainda hoje, alguns pescadores se recusam a navegar na baía de Santo Antônio, nas proximidades de uma fábrica de borracha, afirmam que a Boiúna mora naquele canal.




BOTO: Citado como o golfinho do Amazonas, pode ser encontrado nas cores vermelha ou cinza (Inia geoffrensis). Os moradores da região contam que o Boto seduz as moças ribeirinhas e é o pai de todos os filhos de responsabilidade desconhecida. Nas primeiras horas da noite transforma-se num bonito rapaz, alto, forte, grande dançador que aparece nos bailes vestido de branco usando um chapéu para encobrir o furo que traz na cabeça. Namora, conversa, frequenta reuniões e comparece fielmente aos encontros femininos. Antes da madrugada pula na água e volta a ser boto. Dona Tereza, antiga moradora de Mosqueiro, afirma ter conhecido, em sua mocidade, uma mulher que atendia pelo apelido de Maria Lamparina, e esta teria namorado um Boto. Com o passar do tempo, Maria Lamparina adoeceu, definhando até a morte. Foi o Boto que veio buscá-la.




CACURI: Tapagem, gapuia; armadilha de origem indígena para aprisionar peixes que até hoje é utilizada por moradores da Ilha. Com a mesma finalidade dos cacuris encontramos na Ilha as camboas, herança cultural dos negros, lagos artificiais formados com pedras. Quando a maré sobe, os peixes entram, quando a maré baixa, ficam aprisionados.




CARANANDUBA, PRAIA DO: Localizada em região da Ilha onde havia um grande número de árvores de caranã.


Árvore de Caranã (Copernida cerifera)


CARUARAS: Doenças, males ou enfermidades: cólera, sarampo, varíola, reumatismos; talvez causadas por mau-olhado, quebranto. 1587 G. S. Souza, Notícias do Brasil: “Destes índios (tupinambás) andarem sempre nus, e das fragueirices que fazem dormindo no chão, são muitas vezes doentes de corrimentos a que eles chamam de caruaras, que lhes dói as juntas”.



 
CARUARU: Após o rio Pratiquara e Itapiapanema pode-se visitar a comunidade do Caruaru, rica na produção artesanal; tem como padroeira Santa Rosa de Lima, freira peruana martirizada ao defender os índios; a procissão fluvial acontece no dia 31 de agosto.




CHAPÉU VIRADO, PRAIA DO: Colonos portugueses fabricavam no local chapéus com abas denominadas beiras. Para alguns historiadores a expressão “chapéu beirado” teria se convertido, com a pronúncia portuguesa, em “chapéu birado” e depois “chapéu virado”. Outra possibilidade é a da corruptela cabocla que identificava a beira como a parte virada do chapéu. Nesta praia, no século XIX, cabanos entrincheirados resistiram contra as forças do opressor e, em defesa da liberdade dos paraenses, derramaram seu sangue.




COPAÍBA: Óleo medicinal extraído da copaibeira. Muito utilizado devido suas propriedades anti-inflamatórias.





CORAL: Pequenas cobras, de anéis pretos e vermelhos; algumas venenosas como a Micrurus corallinus.




CURUPIRA: De corumi, e pira, corpo de menino, segundo Stradelli. Conhecido como demônio da floresta, o Curupira é representado por um anão, cabeleira rubra, pés ao inverso, calcanhares para frente. Um dos mais assustadores e populares entes fantásticos das matas brasileiras.




EDUARDO ANGELIM: O cearense Eduardo Nogueira, mais conhecido como Eduardo Angelim, adotou este nome por se tratar de uma das árvores mais duras da região. Foi o terceiro presidente cabano, depois da queda de Félix Malcher e Francisco Vinagre; tomou Belém pela segunda vez em 23 de agosto de 1835, à frente de um exército popular constituído pelos extratos mais humildes da sociedade de então.




FÁBRICA BITAR: Na extremidade sul, identificada em mapas antigos como a “Ponta do Mosqueiro”, tendo à frente os libaneses Simão e José Miguel Bitar, foi construída em 1925; uma fábrica de refinamento de óleos vegetais extraídos das sementes de ucuúba, andiroba, pracaxi, babaçu, patauá, e algodão (lançou no mercado o óleo de mesa “Primavera” que foi premiado na Exposição de Farroupilha, em 1932). Com a aquisição de novos equipamentos, a Fábrica Bitar passou a exportar borracha lavada e crepada para a Europa e, depois, para São Paulo.




FURO DAS MARINHAS: Ligação entre as baías do Sol e de Santo Antônio, é ele que separa a Ilha do Mosqueiro do continente. Depois de seis décadas, usufruindo do transporte fluvial para atender moradores e visitantes, a Ilha do Mosqueiro presencia a construção da estrada de rodagem, cuja travessia do furo das Marinhas era feita através do sistema ferry-boats, onde balsas procediam a travessia dos veículos (há registros de que em apenas três anos, mais de 40 mil veículos passaram pela estrada)  e em 12 de janeiro de 1976, a inauguração da ponte em concreto (1.457,73 m) ligando definitivamente a ilha ao continente. O dia de sua inauguração foi marcado pela primeira visita de um presidente da República às terras da Ilha.




GUARUMÃ: Planta palmácea da flora brasileira, também conhecida como Guarumão ou Arumã. Foi muito utilizada para embrulhar carne nos açougues de Belém.




HOTEL DO RUSSO: Crônicas antigas fazem referência a um francês conhecido como Mr. Pinet que construiu, próximo à praia do Chapéu Virado, uma casa de pasto e um arremedo de hotel denominado “Hotel Balneário”. Mais tarde a propriedade passaria às mãos do Sr. Tuñas e depois para o casal Manoel e Gloria Tavares. Nesta oportunidade hotel já era conhecido como o “Hotel do Chapéu Virado”. O jovem Antônio Joaquim Ferreira ao casar-se com Carolina Tavares, filha dos Tavares, herdou o hotel que passou a ser conhecido como o “Hotel do Russo”, graças ao seu apelido.




IARA: Significa mãe-d’água, senhora d’água, de i, água, e ara, senhora. A pronúncia do ig do i tem feito com que de diferentes formas se tenha escrito essa palavra; assim temos ioara, gauara, oiara etc.




IGARAPÉ: Denominação amazônida para pequenos rios, ou braços de rio; podendo apresentar condições de navegabilidade e originar-se de veios de nascentes em determinados pontos.




INGAZEIRO: Árvore frondosa cuja fruta é encontrada em favas e muito apreciada pelos moradores da região. Em Mosqueiro é muito comum o "ingá de metro".




JARARACA: Cobra viperídea – Bothrops jararaca ou Lachesis lanceolatus.  Muito venenosa, de cor parda, amarelada ou verde-oliva escuro, com triângulos ou arcos margeados de amarelo, cabeça de forma irregular; pode atingir até um metro e cinquenta centímetros. Seu veneno provoca dores locais, náuseas, perturbações visuais, sonolência e hemorragias, podendo levar à morte em curto espaço de tempo.




MANDIOCA, FARINHA DE: Farinha produzida a partir da raiz de planta leitosa da família das euforbiáceas (Manihot utilíssima), cujos grossos tubérculos radiculares, ricos em amido, são de largo emprego na alimentação.




MARAXIMBÉ: Árvore icacinácea – Emmotum fagifolium. O carvão de seus galhos produz um fumeiro adequado à técnica do moqueio.



MARQUÊS DE POMBAL: Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, foi nomeado pelo rei de Portugal, D. José I, como secretário de Negócios Estrangeiros e de Guerra. Em julho de 1751, com a criação do Estado do Grão-Pará e Maranhão, o governo desloca-se de São Luís para Belém. Nesta ocasião o Marquês de Pombal nomeia o seu meio-irmão, Francisco Xavier Mendonça Furtado, governador do Pará (1751-1759). Foi no século XVIII que a política das sesmarias doou, para “brasileiros de calidades”, lotes de terra, inclusive 14 áreas na Ilha do Mosqueiro.




MARUIM E CANUARI, ILHAS DE: Ilhas pertencentes ao distrito de Mosqueiro e integrantes de um arquipélago de 10 ilhas, localizado entre a baía do Sol e o furo das Marinhas.




MATAPI: Armadilha em forma cilíndrica feita com talas de palmeira, e usada por moradores da região para capturar camarão. Durante algum tempo funcionou uma casa noturna na praia do Farol denominada de Matapi.




MATI-TAPERERÊ: Também conhecida como Matinta Pereira. Nome de uma pequena coruja, que se considera agourenta. Quando em altas horas da noite, ouvem cantar a mati-tapererê, quem a houve diz logo: “Matinta, amanhã podes vir buscar tabaco”. A pessoa que na manhã seguinte chega primeiro àquela casa, será considerada a Matinta. Segundo crença indígena, feiticeiros e pajés se transformam neste pássaro para se transportarem de um lugar para o outro para exercer suas vinganças. Outros acreditam que a Matinta é uma velha, ou velho, que anda a noite gritando agourentamente.




MOROBIRA: Ou Miribyra, são índios tupinambás da aldeia de índios catequizados Moribira que ficava na Ilha do Mosqueiro. A praia do Murubira e o rio Murubira recebem este nome em homenagem a esses primitivos habitantes.




MURUCIZEIRO: O mesmo que Muricizeiro; gênero de plantas malpighiáceas. O seu fruto, o muruci ou mirici, apresenta a cor amarela, aroma insinuante e é muito utilizado para fazer doces e sucos. Assim como o maraximbé, o carvão de seus galhos produz um fumeiro adequado à técnica do moqueio.




MURUCUTUTU: Espécie de coruja, grande, de orelhas pretas, garganta branca, plumagem amarelada por cima e com linhas escuras. Também é conhecida como coruja-do-mato ou jurucutu.




O BELVEDERE, O VERYER, O CANTO DO SABIÁ...: Construídos por famílias que buscavam os encantos da Ilha e encontrados em toda a orla, apresentam fortes características da arquitetura européia. Com telhados arrematados em lambrequins de madeira e belos rendilhados, são protegidos da chuva e do sol por alpendres laterais e construídos bem acima do nível do solo, garantindo proteção contra umidade e ventilação em seus interiores. Outra característica marcante dessas residências é a identificação das mesmas através de nomes de família, de santos ou lugar de estimação.




O BONDE PUXADO A BURRINHO6 E A PATA-CHOCA: O primeiro transporte oficial aproximando a “Vila” do “Chapéu Virado” foi inaugurado em 10 de janeiro de 1904, o Ferril-Carril, bonde com tração animal, de propriedade de Arthur Pires Teixeira. Com o aumento de passageiros provocado pela instalação da linha fluvial Belém-Mosqueiro o Ferril-Carril é substituído por uma pequena locomotiva, conhecida como “Pata Choca”, que se encarregava de levar quatro ou cinco vagões.





O CINEMA GUAJARINO: De propriedade de Arthur Pires Teixeira, o cinema Guajarino se esforçava para exibir os sucessos dos grandes estúdios da época. Grupos carnavalescos fizeram grande sucesso, inclusive nas batalhas de confete da capital; é o caso dos “Peles Vermelhas” e dos “Piratas da Ilha”.




OS CABANOS: Integrantes de movimento popular e nacionalista que tomou o poder no estado do Pará. A denominação dada a estes paraenses deveu-se ao fato dos mesmos morarem em pequenas casas no interior do Estado. Tendo nas veias o sangue tupinambá, os heróis cabanos que lutavam contra o despotismo implantado na Província organizaram na Ilha do Mosqueiro um núcleo de resistência. Na defesa da liberdade, sangue cabano foi derramado alimentando aquela terra e lhe dando o vigor que enobrece as grandes causas.




OS SÍTIOS: Em várias regiões da Ilha, algumas famílias, beneficiadas com concessões de Sortes e Terrenos, construíram sítios agrícolas; são casos típicos: os “Pamplona” no Maraú; os “Silva” na baía do Sol e no Paraíso; e os “Amador” e “Peralta” no Carananduba. Dentre estes, destacamos a residência da família Travassos, herdeiros dos Silva, construída em frente da praia do Paraíso e que serviu durante muito tempo como retiro para os estudantes primários do Colégio Santo Afonso (atualmente funciona no local o Hotel Paraíso); e o sítio Conceição, construído pelo capitão da Guarda Imperial Leocádio José da Silva, junto com sua esposa Maria do Carmo Silva; a localidade, inicialmente denominada de Paraguai, recebeu esta denominação em virtude da grande devoção que a família tinha por Nossa Senhora da Conceição. Em 10 de janeiro de 1885 a capela erguida no local para veneração da padroeira foi abençoada pelo padre Castilho, vigário de Benevides, por ordem de Dom Macedo Costa. Hoje a propriedade é mantida nas linhas originais pelo bisneto do casal. Em ambas as propriedades existiram escravos que, com o final da escravatura, continuaram trabalhando nestas propriedades.




PAI D’ÉGUA: Expressão regional utilizada para designar tudo que é maior ou melhor.




PARAÍSO, PRAIA DO: No século XIX, a família Silva construiu nesta praia um sítio tendo como padroeira Nossa Senhora de Sant’ana. Suas águas são consideradas afrodisíacas pelos pescadores do local. Eles dizem que, em noite de lua cheia, uma mulher sai das ruínas do sítio para tomar banho na praia e foi ela quem encantou as águas.




PARAZINHO E BOTAFOGO: Na década de 1940, a vida social, artística e esportiva se processava muito em função dos numerosos clubes ali existentes: o “Parazinho Esporte Clube”, o “Botafogo Futebol Clube” e o “Cinco Estrelas Recreativo Clube”, todos, situados na Vila; o “Independente Esporte Clube”, no Chapéu-Virado; O “Conceição Esporte Clube”, em Carananduba; e o “Santa Cruz Esporte Clube” da baía do Sol. As festas juninas tinham o seu encanto especial.



PASSAGEM DO PAU GRANDE: Caminho carroçável ligando a estrada do Chapéu Virado à Ponta do Farol; posteriormente recebeu o nome de estrada do Diamante.




PAXIUBINHA: Espécie de palmeira, também conhecida como a "árvore que anda". Ela possui a característica de trocar de lugar, como por exemplo sair debaixo da sombra de outra árvore ou de se afastar de um caminho feito na floresta. Quando nascem novas raízes e as outras apodrecem, ela consegue mudar de lugar movendo seu tronco.



PEROASSU: Líder dos índios tupinambás que habitavam a região, por ocasião da fundação da cidade de Belém. Conduziu sua tribo para o interior da floresta quando os engenhos de anil contaminaram a baía do Sol.




PESTE DAS BEXIGAS: Ou bexigas da pele de lixa; varíola. A propagação da varíola entre os povos indígenas provocou a destruição de aldeias inteiras.




PIRI, IGARAPÉ DO: O Forte do Castelo, construído por ocasião da fundação da cidade de Belém, ficava ao lado da foz do Igarapé do Piri, utilizada pelas embarcações que abasteciam Belém. Mais tarde, o igarapé foi aterrado e em sua foz foi construída a doca do Ver-o-Peso.




PONTA DO FAROL: Conhecida por este nome em virtude da existência no local de um farol utilizado pela navegação. Nesta região, cercada por natureza pródiga, o bacharel em Direito, Dr. Zacharias Mártyres, grande amante do Mosqueiro, descobriu a Ponta do Farol quando era mata virgem e só um pequeno caminho dava acesso ao local. Nela construiu o Hotel do Farol, edificação pioneira, cuja arquitetura procurou imitar os navios da época.




PONTA DO MOSQUEIRO: As praias de Mosqueiro foram palco de atividade manufatureira curiosa, exótica e fundamental para o abastecimento da cidade (Belém) no século XVII. Na época, não dispunham de tecnologias para a conservação do pescado e outros animais como a refrigeração ou o sal, assim sendo, utilizavam a técnica do moqueio, que consistia em colocar a carne da caça ou o peixe sem as entranhas, em fumeiro próprio, de calor brando, denominado moquém.




POROROCA: Onda, macaréu, de alguns metros de altura; grande efeito destruidor e forte estrondo, que ocorre no estuário do rio Amazonas.




PORTA LARGA E O NOVA VIDA: Nas primeira décadas do século a vida cultural em Mosqueiro era movimentada. Os Cordões de Bicho disputavam a preferência dos moradores e o jornal O Mosqueirense promovia o concurso. Entre os preferidos estavam o “Maçarico” e o “Boi Veludinho”, além do “Boi Fortaleza”, do “Tatuí” e do “Jacaré”. Na hospedaria denominada Nova Vida, membros do clube Tuna das Selvas  jovens de Belém reuniam-se para promover serenatas, o mesmo ocorria no Porta Larga, na Vila.




PRAINHA: Por ser pequena e ter um charme especial. Para moradores antigos esta praia costuma ser o refúgio predileto do Boto.




PROVÍNCIA DOS TUPINAMBÁS: O termo “província” é de origem européia, na verdade a nação Tupinambá ocupava o território “descoberto” com suas aldeias e tribos, figurando nos mapas históricos.




SAMAMBAIAS: Nome dado a várias plantas criptogâmicas, de fetos arborescentes, das famílias das polipodiáceas, licopodiáceas e ciateáceas. Muitas apresentam grande valor decorativo.




SÃO PEDRO, ILHA DE: Integrante do arquipélago que constitui o distrito de Mosqueiro, está localizada entre a baía de Santo Antônio e o furo das Marinhas. Ainda hoje é possível ver as ruínas de um antigo engenho bicentenário que funcionou na mesma.




SÍTIO ESPÍRITO SANTO: Próximo ao Caruaru encontramos o sítio Espírito Santo, local onde os cabanos estiveram refugiados. Ainda hoje os moradores do local afirmam que, durante a fuga dos cabanos, no poço do sítio foi jogada uma coroa do Divino Espírito Santo.




TAQUARA:  Nome comum de diferentes variedades de bambu; o mesmo que taboca.




TATUOCA, ILHA DE: Integrante do arquipélago de Belém, a ilha de Tatuoca localiza-se entre as ilhas de Cotijuba e Mosqueiro. Durante a cabanagem as forças legalistas instalaram em Tatuoca a sede da Província. De Tatuoca partiu o “primeiro grupo de caçadores” para reprimir a resistência cabana em Mosqueiro. Durante algum tempo, o Conselho Nacional de Pesquisa manteve nesta ilha uma estação científica.





TUCUMÃ: Espécies de palmeiras Astrcaryun tucuma, Bacteri setosa e Acrocromia officilalis. As talas obtidas de suas palmas são adequadas à confecção de trempes, ou grelhas, para o moqueio devido sua característica refratária.





VIRGEM DO Ó: O culto à Virgem do Ó, padroeira de Mosqueiro, é o mais antigo entre os povos de língua latina, anterior à instituição do Natal. O povo germânico denominado Visigodo comemorava o culto à virgem da expectação no último mês do ano.  No ano de 455 d.C. o culto foi levado à Península Ibérica e em 656 d.C. o Concílio de Toledo deu formas definitivas às comemorações e criou a imagem de uma mulher gestante, dando-lhe o nome de Virgem da Esperança. Foram os cânticos lamentosos dos monges nos mosteiros, conhecidos como Cântico das Antífonas (“ó adonai, guia da casa de Israel”, “ó raiz de Jessé”, “ó chave de Davi” etc.) que fez o povo adotar a denominação de Nossa Senhora do Ó. Em Mosqueiro, acredita-se que o culto tenha sido trazido por um padre espanhol, no início da colonização jesuítica. No início do século XX (10 de janeiro de 1914), o Círio de Mosqueiro percorria trajeto que ia da Igreja Matriz até a propriedade da arquidiocese, atualmente sítio dos irmãos maristas, localizada na praia do Bispo, retornando no dia seguinte pela manhã. Em 1950, o trajeto foi ampliado até a capela do Sagrado Coração de Jesus, no Chapéu Virado.



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